Na última década, a frota de motocicletas do DF aumentou 291%. Opções mais econômicas do que os carros, substituem o transporte público, são opções de lazer e ajudam a fugir do congestionamento. Mas os acidentes são frequentes
O descaso do poder público com o transporte pesou na decisão de Milton Gabriel Santana Neto, 26 anos, de trocar o ônibus pela motocicleta. Em 2008, a greve dos rodoviários deixou as paradas lotadas, e o então frentista encarou duas vans e uma viagem no metrô para chegar ao trabalho. “Fiquei com muita raiva. Naquele dia, apareceu um vendedor de moto. Fiz o cadastro e, 10 dias depois, estava motorizado. Financiei em 48 parcelas de R$ 208. Nunca mais dependi de ônibus”, diz Milton, hoje, motofretista.
Mesmo quem não depende do transporte público e não tem moto, contribui para o inchaço da frota dos veículos de duas rodas. O aquecimento do comércio pela internet e a comodidade de receber as compras e a comida em casa, por exemplo, fazem crescer a demanda pelos serviços de motoboy. Nos últimos 10 anos, a contratação desse tipo de profissional aumentou, em média, 40%, segundo estimativas do sindicato das empresas de entrega (Sindeeco/DF). Não geramos mais emprego porque falta mão de obra qualificada. Se um órgão do governo abrisse uma licitação para 30 motoboys, eu não teria como participar. Tem muita gente trabalhando, mas poucos cumprem a Resolução nº 350 do Contran lamenta o presidente do Sindeeco, Reinaldo Pereira.