Falsificações atingem setor de autos e motos. 10 toneladas de peças foram apreendidos pela ABCF
Fonte: Engenharia de Comunicação
O Brasil perde U$40 bilhões por ano de arrecadação tributária devido à venda de produtos falsificados, segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). No último ano, foram realizadas 1.200 operações de apreensão em conjunto com a polícia civil, 34% a mais que no ano anterior.
Contudo, os prejuízos vão muito além desta cifra, segundo Rodolpho Ramazzini, diretor da ABCF, se levarmos em conta as perdas de faturamento das indústrias legalmente estabelecidas. A Laquila Peças, por exemplo, enfrenta o problema de perto com as falsificações dos produtos RIK, marca que representa com exclusividade no país. “Os anéis para pistão RIK são falsificados no exterior e entram ilegalmente no Brasil. Estes possuem CNPJ falso nas embalagens ou simplesmente não têm CNPJ impresso, o que dificulta a identificação do responsável e apresentam qualidade bem inferior aos originais.”, conta Osenir José Bozza de Lima, Analista de Qualidade da Laquila.
De janeiro de 2014 a janeiro de 2015 foram apreendidas 10 toneladas de peças para veículos em 42 operações da ABCF.
Para combater a pirataria, a instituição incentiva a conscientização do consumidor. “Este é o melhor caminho para erradicar o contrabando e a pirataria, visto que os portos brasileiros encontram-se praticamente abertos, pois o número de agentes da Receita Federal e da Polícia Federal é muito pequeno, e somente há vistoria de contêineres e mercadorias por amostragem ou quando há alguma suspeita. Os principais portos de entrada das falsificações são Santos, Paranaguá, Itajaí e Rio de Janeiro. Tais produtos normalmente chegam com declarações falsas nas guias de importação, como se fossem outra mercadoria mais barata, e normalmente, subfaturados”, conta Rodolpho.
Na Laquila, uma campanha nacional de conscientização foi iniciada com seus clientes a fim de acabar com o problema. A empresa informa seus clientes finais dos malefícios das peças falsificadas, que possuem durabilidade e desempenho oito vezes inferior ao da original. Também ensina a identificar as peças falsificadas, que não possuem CNPJ na embalagem, ou apresentam CNPJ falso. “Os consumidores precisam entender que os produtos piratas não são mais baratos, pois a sua durabilidade é mais baixa. Além disso, seu uso compromete outras peças do motor, gerando prejuízos extras com mão de obra e dor de cabeça para os consumidores”, explica Osenir.
Os mercados mais afetados pela falsificação e contrabando são: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás, Pará e Rio de Janeiro.