Miguel Praia |
Maior reta do Brasileiro de Motovelocidade e exigentes trechos sinuosos recepcionam pilotos para quinta etapa da temporada de 2014
Fonte: Grelak Comunicação
O GP Goiânia, quinta etapa do Moto 1000 GP, vai apresentar um desafio inédito à maioria dos pilotos do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade: o traçado de 3.835 metros do Autódromo Internacional Ayrton Senna, integrado pela reta mais extensa de todo o esporte automotor brasileiro, com 980 metros. Pilotos e equipes acreditam que, durante treinos e corridas, a velocidade final da GP 1000, principal categoria do evento, supere os 300 km/h.
A maioria dos pilotos teve nos testes extraoficiais da quarta-feira (17) o primeiro contato com o circuito goiano – o oitavo a receber uma etapa do Moto 1000 GP em três temporadas e meia de história. “É um traçado divertido e que tem áreas de escape muito boas. É uma pista onde não dá para buscar um traçado alternativo. Há um caminho certo, e só um”, observa Luciano Ribodino, argentino inscrito com a BMW S1000RR da Aclat Racing.
Também argentino, Diego Pierluigi, inscrito com a Kawasaki ZX10-R da JC Racing Team, observa que a pista de Goiânia “exige mais técnica e menos coragem”. “É diferente de Cascavel, por exemplo, onde o que vale é a coragem para acelerar ao máximo. Os pontos fundamentais são os dois ‘Esses’. Evitar passar pelas zebras à beira da pista é fundamental, elas são próprias para o automobilismo, mas não para a motovelocidade”, afirma.
Nasser Al Malki, piloto do Qatar que compete com a Kawasaki da MR Lekhwiya Racing Team, aponta a ocorrência de ondulações na pista. “É o que dificulta um pouco pilotar pelo traçado ideal. Além disso, a reta dos boxes tem um quilômetro, isso é mais que um quarto de toda a pista. Andamos sempre no limite e até um pouco acima dele”, comenta o representante do Oriente Médio, confiante na chance de ir ao pódio pela primeira vez.
Nick Iatauro, paulista que defende o Team Suzuki-PRT, manifestou uma boa impressão do autódromo de Goiânia. “Foi a primeira vez que estive numa pista e me senti em um videogame. Há boas áreas de escape, tudo pintadinho, bem bonito, e o traçado é sensacional, o melhor que conheci até agora, bem plano. Você vê que é um motódromo, mesmo, a pilotagem fica mais agradável e tudo que traz uma sensação boa acaba ajudando”, pondera.
As altas temperaturas do Centro-Oeste brasileiro estão entre os desafios que as equipes vão enfrentar durante o fim de semana – para o domingo, dia das corridas, a máxima prevista é de 34 graus. “Os motores, numa faixa ideal, trabalham a 90 graus. Aqui chegam a 95, até 99”, informa o paranaense Diego Faustino, companheiro de equipe de Iatauro. “No calor as motos têm um pouco menos de potência, mas deveremos passar dos 300 km/h”.